quarta-feira, 29 de maio de 2013

Nem futebol, nem Carnaval: somos o País da violência

28 maio 2013

No Brasil, a civilização foi derrotada pela barbárie. Esta não é uma frase de efeito. Somos um País selvagem, dominado por assassinos sádicos e cruéis. O cidadão comum vive em um campo de batalha do tamanho do território nacional. Estamos numa guerra civil em que diariamente centenas de pessoas são mortas, estupradas, queimadas vivas, tendo seus bens confiscados nas ruas ou dentro de suas casas por um exército de psicopatas que age sem nenhuma causa a não ser espalhar destruição e terror.
Nossos criminosos comuns deveriam ser vistos assim, como fundamentalistas, radicais,  inimigos do Estado. E tratados como parte de uma sociedade gangrenada, a pior parcela de uma nação que insiste em se ver como cordial, hospitaleira e feliz. Pura esquizofrenia. Há tempos não somos mais o País do Futebol e do Carnaval. Somos a terra da Crueldade.
O quartel general da selvageria se deslocou recentemente do Rio de Janeiro para São Paulo, aproveitando-se da corrupção policial e da inépcia do governo em enfrentar a criminalidade endêmica que coloca em risco a vida de cada morador que insiste em se manter dentro das leis friamente impressas em num Código Penal obsoleto, letra morta entre a pilha de cadáveres que se acumula em estatísticas inúteis.
E antes que os desesperados clamem por mais violência, é bom lembrar que terroristas e células de guerrilheiros não se combate apenas com armas e repressão. Mas, infelizmente, não há nenhuma perspectiva de que estejamos aparelhando uma polícia (e nossas Forças Armadas, por que não?) capaz de trabalhar com serviços de inteligência, os únicos capazes de localizar e destruir esses focos de guerrilha e terror.
A violência está introjetada em cada um de nós. Até mesmo um prefeito de uma grande capital parte para a porrada diante de um insulto, com grandes chances de ter seu ato insano e injustificável visto como um direito ou demonstração de hombridade e caráter. Não surpreende que as principais causas de homicídios sejam fatos de extrema banalidade, como brigas de trânsito, ofensas pessoais e discussões tolas que, à menor faísca de irracionalidade, explodem em fúria e derramamento de sangue.
Ninguém, ninguém tem o direito de se sentir seguro ao ir ao trabalho ou voltar da escola. Como em um estado de sítio não declarado, sair de casa e retornar são e salvo é um ato de heroísmo involuntário. Sem nenhuma glória, a não ser a de permanecer vivo em meio à barbárie que nos derrota diariamente.

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