sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Deixem Monteiro Lobato em paz
O pessoal da patrulha ideológica do politicamente correto está merecendo umas palmadas. Ou a sociedade civil organizada dá um basta nessa gente ou, em breve, vão querer monitorar até pensamento.
Um tal de Instituto da Advocacia Racial (Iara) cismou de implicar com Monteiro Lobato. O respeitável escritor, ícone da literatura infanto-juvenil brasileira, está sendo vítima de uma perseguição implacável.
Primeiro, implicaram com o livro Caçadas de Pedrinho. Agora, insaciáveis, os advogados paladinos querem censurar uma das melhoras obras do autor, a coletânea de contos Negrinha.
negrinha1 Deixem Monteiro Lobato em paz
Esses livros fazem parte do Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE), do MEC. São distribuídos gratuitamente para todo o país. Mas os patrulheiros acham isso ruim. O argumento é sempre o mesmo: os livros possuem elementos racistas.
"Não se pode financiar com dinheiro público um livro didático que contenha estereótipos e preconceito", alega Humberto Adami, advogado e diretor do Iara, que se acha porta-voz da negritude nacional.
Como exemplo de incorreção, o douto representante da afro-descendência cita a passagem: "Negrinha era uma pobre órfã de sete anos. Preta? Não; fusca, mulatinha escura, de cabelos ruços e olhos assustados".
Ver racismo em Monteiro Lobato é praticar bullying contra a inteligência. Seria apenas ridículo, se não fosse perigoso e assustador.
Essa equivocada linha de raciocínio, se prosperar, em breve nos levaria a bolinar Shakespeare, que muitas vezes deixou escapar sua antipatia por judeus. Ou o poeta grego Eurípides, que não escondia certo desprezo pelas mulheres. O que fazer então com Aristóteles, ilustre defensor da escravidão?
Haja fogueira para dar conta de tamanha intolerância. O que não podemos é deixar essa patota passear por aí sem nenhuma advertência.
Se há uma coisa de que não precisamos, é de guardiões de estantes. Basta. O silêncio, nessas horas, é cúmplice da ignorância.

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